domingo, 24 de novembro de 2013

Voinha



Este poema não foi feito para rimar,
pois o coração aperta,
o riso silencia,
mesmo diante de lembranças felizes e
emolduradas de flor.

Passo os dedos úmidos no teclado,
a voz embaça,
o choro engasga.
São dores e flores de inverno
abertas no fim da primavera.

São tantos janeiros desaquecidos
pela querência do teu abraço,
do teu cheiro vespertino de alfazema,
do teu riso de aurora,
dos teus olhos doces e castanhos.

Ela era o natal de Fevereiro.

A saudade de voinha não cabe
em rimas, em notas, em prosa,
transborda.

O que acaricia a alma
é a certeza que em mim
ficou vestígios de Maria,
ficou um rastro de amor.

Thai Pinheiro




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