sábado, 17 de novembro de 2012



Hoje dei uma trégua pro coração.
Esqueci as memórias doídas,
Coloquei as mágoas para quarar
Na varanda ensolarada;
Libertei meus olhos das prisões de ti.

Ah, hoje acordei mais leve
sem o saco de pedras
que carregava sobre a minha alma.
Amanheci primavera
com a boca abarrotada de sorrisos.

É tanta flor,
É tanto amor pelos meus olhos lacrimejantes,
que percorri a tarde vazia
cheia de vontades de mim.

Thai Pinheiro

Foto: weheartit

sábado, 10 de novembro de 2012



Meus pés de chuva
desconhecem as distâncias do sim.
Rastreiam o cheiro inebriante
de risos desagendados.
Correm em desalinho,
por um único caminho:
o do mar.

Thai Pinheiro

Foto: weheartit

domingo, 4 de novembro de 2012




As palavras se perderam


Meus devaneios verdes
Na ânsia e volúpia de possuir-te,
Perdem-se,
Envolvidos pelos teus véus
Esvoaçantes e libertos.

Escorregas entre meus dedos trêmulos e vacilantes,
Nunca te alcanço nesses labirintos frutíferos,
Que cismas repousar.
Por que te hesitas de mim,
Ó, palavra?

Vivo na peleja de ti.
Com olhos sempre prenhos,
E as mãos secas de versos.
Ando exausto desses encontros
Tardios, dolentes e incompletos.

Alvoreço em febre de ti,
Ponha-me no leito a delirar.
Sacia os meus lábios sedentos,
Complete minhas lacunas,
Ó, palavra!
Tenha fome de mim,
Deixe-me, por pena, um verso perverso.

Thai Pinheiro