Como uma árvore de outono,
Que se desfaz da roupagem
Para vestir-se outra vez no inverno
De verdes e auspiciosas folhas,
Eu me desnudarei
De tudo que trava a garganta
E aperta o peito,
De tudo que nubla
O meu céu
E traz cinza às minhas manhãs.
Farei dias límpidos
Onde houver chuva e frio.
Queimarei com galhos e velas
As roupas velhas da gaveta.
Lavarei as mãos e
Vestirei a alma
De primavera.
Thai Pinheiro
Foto: Getty Images
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