segunda-feira, 30 de abril de 2012



"No meu imaginário é possível tocar o impalpável. A mente existe pra ser usada, pra alcançar aquilo que a realidade não consegue atingir. Se a rotina me prende, a imaginação me liberta. Não consigo viver apenas do óbvio. É a busca por algo novo que me movimenta. Que me transporta. Que me transforma. Que me inspira.

Tocar o improvável me faz menos previsível!"


Fernanda Gaona

Foto: Weheartit

sexta-feira, 27 de abril de 2012



Meu tecido tatuado
Por linhas delineadas,
Traço a traço
Pelos ponteiros apressados,
Não sente mais a chuva,
Que cai molhando a tarde,
Esqueceu-se da carícia leve
Do vento das noites de outono.

O tic-tac ingrato,
Baila ironicamente,
Diante de mim,
Fazendo firulas,
Andando sem compasso,
E eu, passo a passo, passo
Inerte diante do incontrolável,
Do impiedoso tempo.

Quando percebo,
Os senis pelos negros de outrora
Caem esbranquiçados,
Pelo chão áspero
Da casa desbotada,
Meus olhos arredondados, desgastados,
Vislumbram em preto e branco
As flores secas da estante.


Thai Pinheiro

domingo, 22 de abril de 2012


"Alguma coisa me diz que coisas grandiosas estão por vir. Por isso abro meu coração pra alegria, pra vida e pro sol que acaricia e não machuca… E é nesse estado de gratidão e contentamento que qualquer pensamento negativo que eventualmente surja, morrerá de inanição.”

Marla de Queiroz

Foto: Getty Images

sexta-feira, 20 de abril de 2012



Hoje,
A maré trouxe mais fé,
Esqueci a ré,
Caminharei a pé,
O barco é velho,
O mar é raso,
A confiança: fecunda,
Água entre rochas.

Thai Pinheiro

domingo, 15 de abril de 2012


Não há enredo.
É pelo cheiro
 Inebriante,
Colorido,
dos devaneios
Que me oriento.
É de coração faminto,
Que me alimento.

Thai Pinheiro


quarta-feira, 11 de abril de 2012



Jorro dores
Exponho cicatrizes
A cada riso
Flagelos do ontem sido,
Jardim mofado
Coberto pelo cinza,
Não há flores

Jorro dores
Rio salgado,
Mar revolto,
Porto sem cais,
Chicote de palavras

Urro silêncios
Que cortam,
Como navalha afiada

Latejo, quando pulso
Adormeço de manhã
Anestesiada, pelo sol crespo
Que dilacera a carne e
Esmaga sonhos.

Meu Grito: oco.
Meus Olhos: foscos.
Não me curo.

Thai Pinheiro

Foto: Weheartit