domingo, 3 de novembro de 2013



Você rasgou o papel de arroz que cobria meu riso.
Queria, talvez, repartir contigo a sobremesa do almoço de domingo,
mas você preferiu ser ventania de areia, que destrói sentimentos-flor.

Antes, eu desejava a sua chuva regando terras de mim,
fazendo, quem sabe, nascer jasmins cor de verão.
Você poderia ter sido o sol de quimera das minhas primaveras,
mas, hoje, é a tarde fria e nublada de inverno, murchando jardins de setembro.

Durou tal qual um eclipse raro: meia manhã, meia maça, meio gole de café,
porém o suficiente para sorver as minhas doçuras mais sutis.

Você empobreceu minhas rimas,
 molhou o meu poema mais belo.

Thai Pinheiro


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