Que, em 2014, tudo o que mais lhe importa floresça!!
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
Voinha
Este poema não foi feito para rimar,
pois o coração aperta,
o riso silencia,
mesmo diante de lembranças felizes e
emolduradas de flor.
Passo os dedos úmidos no teclado,
a voz embaça,
o choro engasga.
São dores e flores de inverno
abertas no fim da primavera.
São tantos janeiros desaquecidos
pela querência do teu abraço,
do teu cheiro vespertino de alfazema,
do teu riso de aurora,
dos teus olhos doces e castanhos.
Ela era o natal de Fevereiro.
A saudade de voinha não cabe
em rimas, em notas, em prosa,
transborda.
O que acaricia a alma
é a certeza que em mim
ficou vestígios de Maria,
ficou um rastro de amor.
Thai Pinheiro
domingo, 3 de novembro de 2013
Você rasgou o papel de arroz que cobria meu riso.
Queria, talvez, repartir contigo a sobremesa do almoço de domingo,
mas você preferiu ser ventania de areia, que destrói sentimentos-flor.
Antes, eu desejava a sua chuva regando terras de mim,
fazendo, quem sabe, nascer jasmins cor de verão.
Você poderia ter sido o sol de quimera das minhas primaveras,
mas, hoje, é a tarde fria e nublada de inverno, murchando jardins de setembro.
Durou tal qual um eclipse raro: meia manhã, meia maça, meio gole de café,
porém o suficiente para sorver as minhas doçuras mais sutis.
Você empobreceu minhas rimas,
molhou o meu poema mais belo.
Thai Pinheiro
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Ouvi alguém dizer,
num momento qualquer,
que somos compostos por 70% de água.
Daí pensei, e os meus outros 30%?
Será que são os risos gargalhados,
que de tão profundos não consigo esquecer?
Ou serão as lembranças das borboletas
que pousaram no meu jardim nas últimas 30 primaveras?
Será que são os cheiros que exalavam da cozinha de minha avó na minha feliz infância?
Ou os outros cheiros deliciosos que brotam da minha mãe diariamente?
Seriam os olhares que cruzaram o meu caminho por invernos, outonos e novembros?
Ou serão os livros lidos?
Os poemas escritos?
As lágrimas não derramadas?
Seriam os beijos, com gosto de sol, que me amanheceram despretensiosamente?
Ou os abraços, de tantos braços, recebidos de janeiro a janeiro, que em muitos momentos foram afagos na alma?
Será que é a fé que as vezes parece imensurável e, em alguns momentos, quando duvido, sinto pesar em meu peito?
O que são os outros 30%?
São as dúvidas?
As respostas?
As quase certezas?
Será que posso medir cada devaneio?
Cada momento de coragem?
30%? Tão pouco para tudo.
Há sempre uma explicação exata para os realistas,
pois o concreto é fácil medir.
Mas como mensurar minha alma, meu rio, meu mar?
Prefiro refazer a conta e devanear tal qual Oswaldo Montenegro,
acreditando, duvidando, sonhando,
que metade de mim é amor e os outros 50% também.
Thai Pinheiro
Imagem: Weheartit
domingo, 29 de setembro de 2013
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Andei por terras de ti
tal qual um andarilho no inverno em busca de sol,
os dias ao seu lado
eram como sentir nas manhãs de outono
as flores ásperas brotadas na timidez da estação,
e cravejadas de espinhos.
Me perdi em meio a folhagem
que se espalhava pela tua calçada.
Abri, sem perceber, janelas
fechei portas,
podei plantas,
risos.
Beberiquei pedaços do teu mar
e fui sentindo o sal,
que brotava em meio aos beijos disfarçados,
amargando os versos do meu poema de verão.
você fez chover em mim,
e atrasou a minha primavera.
Thai Pinheiro
Foto: Getty Images
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
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Era sol,
riso,
pelos marrons,
bocadinho de céu.
Eram tardes desapressadas,
manhãs sorrisadas,
alegrias sem agenda,
Era um vira-lata,
revirando meu coração.
soprando saudades do presente.
Era mais que muita gente,
um cão.
Era nome e carinho de deus,
meu Tupã, amor dos bons.
Thai Pinheiro
Foto: Google Imagens
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
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A saudade me olhou de relance,
não foi possível evitar,
Fui,
como fumaça de fogueira, quase apagada, levada ao vento,
revisitei, tarde, as tardes de frio aquecido,
a mesa repleta de risos incontidos,
o café adoçado com músicas de Djavan.
Por que a madrugada corre?
Sonho?
ainda há tanto a devanear.
Foi,
O Desperta-dor desavisado desadormece o agora,
sim, são 6:00 horas.
Vou,
é preciso recomeçar.
Thai Pinheiro
Imagem: Weheartit
domingo, 7 de julho de 2013
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Hoje é tudo ou nada,
não me contento em colher o dia
quero bebê-lo, saboreá-lo,
sentir cada pulsar
Hoje é tudo ou nada,
Cansei das sobras,
dos cantos,
quero a sala de jantar
Se apodere do meu dia,
respire os meus sonhos,
é tudo agora.
nada a pensar.
Thai Pinheiro
Foto: Weheartit
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Confissão do desassossego
Regresso, pois senti saudade...
palavra, que tua falta já não cabe.
Regresso, pois na saudade não te vejo mais ...
Fostes mais além...
silenciando meus ventos taciturnos,
batendo nas janelas dos fundos,
desassossegando minha paz.
Regresso, confesso, te peço...
pois fiquei sem rumo,
sem prumo, sem ar.
Thai Pinheiro
quarta-feira, 10 de abril de 2013
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Desculpe, Tristeza,
hoje, o céu está azul,
o mar sereno
e minha agenda abarrotada,
Passe dia 30 de fevereiro,
logo após o carnaval.
Talvez, eu abra a porta,
descanse a pressa,
te sirva um café adoçado,
com biscoitos sorrisados.
Talvez, eu te eternize em uns versos,
acaricie as tuas dores
e te tire pra dançar.
Thai Pinheiro
Foto: Weheartit
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Eu nem peço
muito...
não preciso de
nome ou rótulos,
nem careço de
bocas e gestos bem ensaiados,
tampouco de cenário bem arrumado.
Muita ou pouca
bagagem? pouco importa,
Só é preciso vir com roupas limpas,
um poema no bolso
um poema no bolso
e alma lavada.
Não, não é
necessário ser constante,
Mas que seja
inteiro,
Não me acostumo e
nem costuro bem os retalhos.
Dois minutos,
dois dias, anos?
a intensidade não carece de relógios.
Deixe a chuva
molhar.
Entretanto,
obedeça a um preceito:
Seja tão-só
e substancialmente verdade.
Thai Pinheiro
Foto: Weheartit
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
O café era amargo,
O biscoito doce,
O chalé quente e
a fome sendo saciada.
Foi um tempo que não contei
No qual os olhos eram malemolentes,
As palavras salpicadas
pelo suor da tarde,
Os dedos trêmulos
subindo pela pele,
descendo pelos
pelos.
Éramos dentes entre carnes,
Entre línguas,
entre líquidos.
Sentíamos dois,
Tornamo-nos um.
Thai Pinheiro
Foto: Weheartit
Foto: Weheartit
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
domingo, 6 de janeiro de 2013
Pensei em ir
soletrando palavras
até escrever um
verso rimado
pra te falar do
cheiro das flores
que brotaram no
meu riso pálido
depois que você
passou pela minha calçada,
mas não há rima,
nem palavras,
que alcance.
É grande
demais
para caber num
verso,
É-terno demais,
É-terno demais,
para viver num
poema.
Thai Pinheiro
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