domingo, 13 de fevereiro de 2011

Da semente à flor...


"Quando nos dedicamos, com o coração, à busca do autoconhecimento, é inevitável que chegue um instante em que algumas mentiras que contávamos para nós mesmos passem a não funcionar mais. Os disfarces até então utilizados para fortalecer o nosso autoengano já não nos servem. Inábeis com a paisagem aos poucos revelada, às vezes ainda tentamos nos apegar a alguma coisa que possa encobrir a nossa lucidez, embaraçados que costumamos ser com as novidades, por mais libertadoras que sejam.




É em vão. Impossível devolver a linha ao novelo depois que a consciência já teceu novos caminhos. Existem portas que se desmancham após serem atravessadas, como sonhos que se dissolvem ao acordarmos. Não há como retornar ao lugar onde a nossa vida dormia antes de cruzá-las. Da estreiteza à expansão. Da semente à flor. Do casulo às asas, ensinam as borboletas.”


Ana Jácomo

4 comentários:

  1. Belos "versos" que revelam, de maneira tão sútil, a Maturidade que nos acomete.
    Algumas brincadeiras parecem não terem mais a graça de outrora, outras melhorar-se-ão.
    A maturidade advinda já não nos deixar olhar a vida com os mesmos olhos.
    É o autoconhecer e suas transformações intrínsecas! (a todo tempo, lugar, maneira)
    E que bom que é assim!
    Descobrindo, e redescobrindo coisas já descobertas!

    ACBC

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  2. Muito lúcidas e sábias as suas palavras.
    Descobrir e redescobrir os sabores da vida, que sucedem-se dia após dia em nossa caminhada é uma busca perene e deliciosa.
    O mais importante do amadurecer, no meu parco entendimento, é conservarmos em nosso âmago aquilo que nos torna melhores pra nós mesmos, aquilo que nos faz acordar pela manhã e sentir paz ao olharmos nosso autoespelho.
    Eu podo o meu jardim diariamente, normalmente, sinto-me feliz ao olhá-lo, todavia sempre percebo uma folhinha ali, um espinho acolá a ser podado, melhorado. O autoconhecimento é infindável.

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  3. Quão lindas tuas palavras!
    Verdadeiramente tens o dom para com elas.
    Sentimentos puros e verdadeiros, traduzidos nessas.
    Que comovem os envolvidos num laço eterno e profundo.
    Versos que não carecem de explicação, e sim, serem proundamente sentidos!
    Um xeru + quêju
    ACBC

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  4. Quando a gente imprime na nossa escrita aquilo que sussurra o nosso coração as palavras se fazem sentir! Você também sabe lidar muito bem com elas. Poderia, aliás, deveria investir, eu seria leitora assídua,rs...
    Apareça além blog!
    Saudades, meu queridíssimo!!
    Deus te abençoe e guarde!
    beijos

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